Rua do Medo: Rainha do Baile tinha tudo para ser um filme envolvente: ambientado em 1988 (uma era de ouro para os slashers), continuação dos massacres em Shadyside, e recheado de influências declaradas de clássicos dos anos 80 como Comunhão (Alice, Sweet Alice) e o gênero giallo. Mas mesmo com tantos ingredientes promissores, o resultado final deixa a desejar.

Para quem, como eu, tem um carinho especial por produções oitentistas, a decepção bate mais forte. Os personagens têm potencial, mas são rasos e estereotipados ao extremo. A trama se esforça demais para forçar um drama teen que não se sustenta, e o ritmo do filme é tão flat que você mal percebe quando uma cena de suspense se transforma em perseguição sangrenta.

 

A protagonista Lori (India Fowler) é a clássica "final girl" sem muita agência, envolta num romance forçado e sem química. A rival Tiffany (Fina Strazza) abraça o estereótipo de "patricinha bully" com tanta força que beira o caricato. E os personagens secundários? Alguns surgem quase como figurantes de luxo. Não à toa, você se pega torcendo para o assassino chegar logo.

Apesar de tudo, o filme tem seus acertos. A direção de arte é um destaque, especialmente no visual do assassino mascarado (com inspiração clara em Comunhão e Don't Look Now) e nos cenários que recriam a vibe retrô de Shadyside. A chuva de clichês é grande, mas a ambientação tem seu charme. Há também uma tentativa de gore em algumas cenas, com efeitos práticos e digitais que funcionam em certos momentos.

Infelizmente, Rua do Medo: Rainha do Baile parece uma síntese superficial de tudo que deu certo na trilogia original da Netflix, sem alma ou identidade própria. Nem mesmo os veteranos do elenco como Chris Klein e Katherine Waterston conseguem salvar o conjunto.

O saldo? Uma sessão que, honestamente, poderia ter sido melhor aproveitada com outro filme. Talvez o maior terror aqui seja mesmo perder uma noite de sábado com uma história tão sem brilho.

Nota: 2/5

 

 

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Rafha Araujo, fundador da Horror Club, trouxe à vida essa comunidade em 2022 para fãs apaixonados pelo terror. Viciado em clássicos como Return of the Living Dead Part 2, Halloween, Sexta-Feira 13 Part 6, A Hora do Pesadelo, Pânico e Hereditário, compartilho aqui o melhor do universo sombrio. Se você também vive e respira horror, está no lugar certo!

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